Israel realiza ataques em Gaza e deixa ao menos 36 mortos após acusar Hamas de romper trégua
Bombardeios reacendem tensão na região e colocam em xeque acordo de cessar-fogo mediado por potências internacionais


Pelo menos 36 pessoas morreram neste domingo (19) em Gaza após uma série de ataques israelenses, segundo autoridades de saúde locais. As ofensivas ocorreram poucas horas depois de Israel acusar o Hamas de violar o cessar-fogo firmado há menos de duas semanas. O grupo palestino nega ter rompido o acordo e afirma que segue comprometido com a trégua.
De acordo com relatos de moradores e equipes médicas, os bombardeios atingiram diferentes áreas do enclave, incluindo bairros residenciais e pontos próximos a hospitais. O Ministério da Saúde de Gaza informou que entre as vítimas estão mulheres e crianças, além de dezenas de feridos que lotam as unidades de emergência.
O Exército de Israel justificou a ação afirmando que militantes do Hamas teriam disparado contra posições israelenses na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Em nota, o governo israelense declarou que “responderá com força a qualquer violação do cessar-fogo” e que “a segurança dos cidadãos de Israel é prioridade absoluta”.
O Hamas, por sua vez, negou envolvimento nos confrontos e acusou Israel de usar o episódio como pretexto para retomar ataques. O grupo também alertou para o risco de colapso do acordo de trégua, que vinha permitindo a entrada limitada de ajuda humanitária e a troca de reféns e prisioneiros.
A escalada preocupa a comunidade internacional, especialmente Estados Unidos, Egito e Catar, que atuaram como mediadores do cessar-fogo. O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve chegar à região nos próximos dias para tentar restabelecer o diálogo entre as partes.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 68 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde local. O número de vítimas civis segue crescendo, enquanto organizações humanitárias alertam para a piora das condições de vida no território.
A retomada dos ataques coloca em dúvida a continuidade da trégua e reforça o clima de incerteza sobre o futuro da região.
