Coronavírus: 2 mil voluntários brasileiros irão participar do teste de vacina de Oxford
A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford será testada por dois mil brasileiros voluntários, na medida em que a curva de casos diminui consideravelmente no Reino Unido, ao passo que o Brasil se enquadra como epicentro atual da pandemia.
De acordo com informações da cientista brasileira Daniela Ferreira, membro do projeto realizado na Inglaterra, os principais responsáveis pela pesquisa começaram a temer que a diminuição dos casos impedisse que a eficácia da vacina fosse comprovada, e que, por isso, já havia ensaiado estratégias para ampliar os testes em regiões com altas taxas de circulação do vírus. "Um dos fatores limitantes de tudo isso é se a gente vai continuar a ter, nos países em que as vacinas estão sendo testadas, um número de infecção que permite que você teste essa vacina rapidamente", explicou a cientista.
A aplicação dos testes já será iniciada em junho no Brasil, com procedimento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sob o apoio do Ministério da Saúde. No Reino Unido, os testes já foram iniciados, mas o clima é de cautela, pois de acordo com o diretor do Jenner Institute de Oxford, Adrian Hill, os testes têm apenas 50% de chance de sucesso em humanos, o que não necessariamente irá garantir a imunização, mas o otimismo para que a vacina definitiva fique pronta até o final do ano é grande.
O grande problema gira em torno da necessidade de manter o vírus em circulação para que a total eficácia da vacina possa ser comprovada. Enquanto isso, 10 mil voluntários britânicos estão sendo testados e acompanhados pelos responsáveis do projeto, que se une a mais de 100 candidatas a vacina definitiva que estão sendo desenvolvidas em vários outros países, segundo relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), que confirmou a existência de 133 estudos de vacinas em andamento.