Maia x Guedes: políticos garantem que atritos não irão atrapalhar a votação da Reforma Administrativa

O desentendimento entre os dois políticos está crescendo a cada nova votação da Câmara.
O desentendimento entre os dois políticos está crescendo a cada nova votação da Câmara.
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou nesta quinta-feira (3) que a articulação política entre a câmara e o ministério da Economia para a pauta da reforma administrativa será com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Maia relatou que o ministro Paulo Guedes está proibindo integrantes da equipe econômica de dialogar diretamente com ele.

Rodrigo Maia não tentou disfarçar o desentendimento que tem com Paulo Guedes, logo após receber a proposta de reforma administrativa do governo através do ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, que representou o presidente que estava em viagem para o interior de São Paulo.

Em entrevista à Globo News, Maia disse: “Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem (anteontem), a gente tinha um almoço com o Esteves (Colnago, chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais) e com o secretário do Tesouro (Bruno Funchal) para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”.

O presidente da Câmara afirmou que Ramos tem sido um aliado, fazendo o meio de campo entre o governo e a Casa. Durante a cerimônia de recebimento da proposta, ele elogiou o governo e o bom relacionamento que estavam construindo, agradecendo à ministros e ao próprio presidente, mas não citou Paulo Guedes.

Sem comentar o assunto, o ministério permanece em silêncio, mas Maia reafirmou seu compromisso e dos demais deputados com a agenda de reformas do governo, relembrando as outras reformas já aprovadas. “Foi assim na Previdência, lembra? [Guedes] saiu batendo no relatório e sumiu. Depois, apareceu no final do segundo turno para tirar a foto”, lembrou o deputado.

Desde o período da Reforma da Previdência o relacionamento dos dois desandou, e ficou ainda mais precário durante a pandemia do novo coronavírus. No período da votação do projeto de socorro emergencial do governo federal a Estados e municípios, ambos fizeram declarações polêmicas por não concordarem com os valores disponibilizados para auxiliar governadores e prefeitos nesse período crítico. O mesmo aconteceu com o valor do Auxílio Emergencial.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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