Coronavírus: Reino Unido exige avaliação da vacina de Oxford após erros

O órgão regulador que fará a análise disse que a vacina só será aprovada se atender a 'padrões de segurança rigorosos'
O órgão regulador que fará a análise disse que a vacina só será aprovada se atender a 'padrões de segurança rigorosos'
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O governo britânico informou nesta sexta-feira (27) que pediu formalmente ao regulador de medicamentos do país que avaliasse se a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford deveria ser autorizada para uso. A medida surge em meio a dúvidas sobre os resultados preliminares dos testes, depois que a empresa e a universidade reconheceram que a parte mais encorajadora de suas descobertas resultou de um erro de dosagem.

O secretário de saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse que pediu à Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) para determinar se a vacina “atende a padrões de segurança rigorosos”. Esta é a segunda vacina candidata a atingir o estágio de avaliação formal na Grã-Bretanha, após uma injeção desenvolvida pela Pfizer e a parceira alemão BioNTech. Uma terceira vacina da empresa americana Moderna também figura entre as apostas globais. 

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O governo britânico encomendou 100 milhões de doses da vacina Oxford-AstraZeneca e planeja começar a realizar a distribuição em dezembro, mas para que isso seja possível, o órgão regulador deverá aprovar seu uso e especificar, junto a novas análises dos laboratórios, a dose correta. No entanto, o regulador disse que não poderia dar um prazo para a aprovação das vacinas.

O presidente-executivo da MHRA, June Raine, disse que “nenhuma vacina seria autorizada para fornecimento no Reino Unido a menos que os padrões esperados de segurança, qualidade e eficácia sejam atendidos”.

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Oxford e AstraZeneca relataram nesta segunda-feira (23) que sua vacina era 62% eficaz em pessoas que receberam duas doses completas e 90% eficaz quando os voluntários receberam meia dose seguida por uma dose completa. Eles não mencionaram na época, mas reconheceram mais tarde, que um problema de fabricação resultou em “meia dose da vacina sendo administrada como a primeira dose” a alguns participantes, sugerindo que o melhor resultado encontrado nos testes estava relacionado a um erro.

A AstraZeneca disse que planeja conduzir um novo ensaio clínico global para avaliar a eficácia da vacina, mas não espera que isso atrase a aprovação regulatória na Grã-Bretanha ou na União Europeia. Alguns cientistas expressaram preocupação com as lacunas nos dados e a forma como os resultados foram relatados. Apenas 2.741 pessoas receberam a meia dose, tornando difícil saber se a eficácia observada no grupo é real ou uma peculiaridade estatística. Um total de 8.895 pessoas receberam duas doses completas.

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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