Advogado detona marido morto de Flordelis para tentar impedir cassação
Um dos advogados de defesa da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) utilizou seu tempo de fala no plenário da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (11) para detonar o marido da parlamentar, Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junho de 2019, na tentativa de livrar sua cliente da cassação. Durante cerca de 25 minutos, o advogado Jader Marques chamou Anderson de estuprador e mau caráter, entre outros adjetivos decadentes.
Marques diz que Flordelis precisa ir a médicos e a tomar remédios, antes de afirmar que a cliente fica incrédula toda vez que pensa no histórico do marido. "Este homem acariciava as filhas dela durante a noite de maneira sub-reptícia, nojenta, asquerosa", disse o advogado durante o discurso. Depois, ele dispara novas acusações contra o homem morto, alegando supostas traições e assédios sexuais às netas.
Do outro lado, o advogado Angelo Máximo, representante do pai de Anderson do Carmo no processo, repudia as acusações de Marques, chamando-as de "levianas". "Se o crime acontecia, por que Flordelis não noticiou nada? E se isso acontecia, ela era conivente, ou até coautora porque ela tinha conhecimento e não comunicava à polícia", disse Máximo.
A defesa da parlamentar entrou com um pedido de habeas corpus para evitar que ela seja presa. Entre as justificativas, os advogados alegam que ela teve uma isquemia cerebral em 2016 e que recebe atendimento médico e psiquiátrico desde 2016. Com isso, além de pedir o habeas corpus, a defesa ainda exige acompanhamento psiquiátrico para Flordelis em uma tentativa desesperada de reverter a situação.
A cassação de Flordelis foi aprovada por 437 votos a 7. Os únicos que votaram contra foram Carlos Gaguim (DEM-TO), Fausto Pinato (PP-SP), Glauber Braga (PSOL-RJ), Jorge Braz (Republicanos-RJ), Dimas Fabiano (PP-MG), Leda Sadala (Avante-AP) e Maria Rosas (Republicanos-SP).