Lollapalooza 2014: Vampire Weekend dá uma aula de indie rock

Os nova-iorquinos do Vampire Weekend tem um dos discos mais bem falados do ano de 2013, considerados por muitos como “indie rock de primeira grandeza”. Mas a maior parte do público do Lollapalooza não se deixou levar pelas mudanças de ritmo, silêncios, salada de rotações e versos tão cantaroláveis quanto esquisitos. Quando parecia que o show ia ficar agitado, a banda emendava uma música mais lentinha. As músicas de "Step" e "Ya Hey" são perfeitas no CD "Modern Vampires of the City", mas não comoveram tanto ao vivo.

"New York é a melhor cidade da América do Norte. São Paulo é a melhor cidade da América do Sul. Tamos junto", falou o vocalista do grupo, Ezra Koenig, arriscando um pouco do português que sabe. Talvez ele tenha sido mais aplaudido por arriscar essa frase em português do que após ter tocado as 15 músicas que fizeram parte do setlist da banda.

Com exceção de alguns fãs da banda que estavam mostrando bastante animação na grade, o repertório da banda ajudou a dar uma “esfriada” no calor que estava fazendo neste domingo. Nem sequer as levadas de teclado de Rostam Batmanglij conseguiram salvar a tarde da banda.

A banda abriu o show com a agitada “Diane Young" e fechou com "Walcott". "Giving Up the Gun" e "A-Punk", que apresentam um clima mais festivo, foram muito bem recebidas pelo público. O som do quarteto é reproduzido fielmente ao vivo, de um jeito que poucas bandas conseguem fazer.

Horas a banda apresenta um som pesado, mas o som é formado por várias pausas, guitarrinhas arrebatadoras, que lembram até um pouco de guitarrada paraense, e letras que estão muito acima da média. Mas essas principais qualidades não fazem do Vampire Weekend ter um show considerado “o melhor do festival”, coisa que indie roqueiros bem menos inspirados como Franz Ferdinand e Phoenix já têm.