Lollapalooza 2014: alguns acertos e alguns erros da edição

O festival Lollapalooza deste ano foi marcado com muitos altos e baixos, principalmente pelo novo local onde o festival foi realizado, o Autódromo de Interlagos, e sua dimensão, com um terreno cheio de desníveis que dividiu bastante as opiniões. 

Entre os pontos que foram muito elogiados pelo público estão a bela decoração e o visual panorâmico proporcionado pelas áreas mais elevadas do local. O posicionamento dos palcos principais, montados em alguns aclives dos contornos da pista de corrida, também ajudou a visualização dos shows para os espectadores que ficaram longe das bandas.

Já a grande distância de um palco para o outro, em alguns casos, levavam cerca de 30 minutos caminhando para chegar ao palco mais próximo, fizeram os fãs de carteirinha do festival sentirem saudades do antigo modelo do Jockey Club. Quem tinha a intenção de assistir várias atrações diferentes que se apresentavam em horários muito próximos, acabou mudando de ideia. Além das longas caminhadas, o público teve que enfrentar aglomerações dignas de metrô no horário de pico, o que causou mal estar entre muitas pessoas. 

A aglomeração, no entanto, será comemorada pela empresa Time For Fun, segundo a organização, foram vendidos uma média de 130 000 ingressos dos 140 000 disponíveis para os dois dias de festival, sendo que 70 000 somente no sábado. A adesão dos espectadores era visível, já que os palcos ficaram lotados em todas as atrações principais do festival.

No segundo dia de evento, os espectadores se sentiram muito mais confortáveis com a possibilidade de se locomover pelo local sem ter que passar por transtornos.

Outros problemas conhecidos pelos fãs da música também marcaram presença em ambos os dias, como as intermináveis filas para usar o banheiro e ir aos bares. Além dos preços altos para comida e bebida, como um simples pacote de batata frita, que estava custando 12 reais. mesmo preço dos hot-dogs. Quem queria matar a sede precisava desembolsar 3 reais para um copo de água, 6 reais para uma lata de refrigerante e 9 para uma de cerveja.

Reduzir um pouco a carga de ingressos, tendo em vista a melhoria na vazão do público dentro do evento, pode ser uma dica eficiente para evitar o sofrimento dos fãs em um futuro não tão distante. Além de aproximar as áreas dos palcos para que o público que queira acompanhar mais de um show não tenha que andar demais para poder acompanhar ambos, ou tenha que abdicar disto pra se dedicar a apenas um show por vez.

Opinião de Rafael Costa, da revista Veja.