Turquia proíbe o filme 'Lindinhas', da Netflix

O Ministério da Família da Turquia afirma que o filme exibe imagens de exploração infantil e prejudica o desenvolvimento das crianças
O Ministério da Família da Turquia afirma que o filme exibe imagens de exploração infantil e prejudica o desenvolvimento das crianças
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O filme "Lindinhas" entrou na lista de censuras do governo da Turquia, que obrigou a Netflix a bloquear o acesso local ao título no país inteiro, sob alegações do Ministério da Família que apontam o longa-metragem como um suposto motivador da exposição de abuso e negligência às crianças, além de "impactar negativamente seu desenvolvimento psicossocial”.

O filme tem data de estreia programada para o dia 9 de setembro no catálogo mundial da Netflix, que até o momento não se pronunciou sobre a decisão da vigilância de transmissão da Turquia, mas já teria cedido aos pedidos de censura do país, para evitar desgastes aprofundados envolvendo a equipe jurídica da empresa. 

Segundo informações da Reuters, O Ministério da Família da Turquia afirma que "Lindinhas" exibe imagens de exploração infantil, aumentando o palco para os ataques do público conservador que tiveram início no mês passado, quando a Netflix divulgou o pôster internacional do longa-metragem.

'Lindinhas' sofre ataques na web desde o lançamento do pôster internacional, no mês passado
'Lindinhas' sofre ataques na web desde o lançamento do pôster internacional, no mês passado
'Lindinhas' sofre ataques na web desde o lançamento do pôster internacional, no mês passado

Outro caso recente de ataques conservadores foi direcionado à equipe de "The Last of Us: Part II", incluindo o diretor Neil Druckmann e o elenco, sobretudo a intérprete da personagem Abby, Laura Bailey.

A trama segue uma jovem muçulmana senegalesa de 11 anos de idade que vive na França e sonha em se juntar à equipe de dança moderna de seus amigos. À primeira vista, parece uma simples história pré-adolescente, mas o roteiro apresenta uma dualidade que afasta o conteúdo dos clichês tradicionais, a partir do momento em que a jovem contraria os valores religiosos e conservadores da família e, ainda por cima, passa a descobrir os próprios sonhos e desejos como uma jovem mulher em desenvolvimento. 

A diretora, Maïmouna Doucouré, continua recebendo ameaças de morte, mas voltou a defender a proposta do filme nesta semana, afirmando que sequer conhecia o pôster internacional, acusado de sexualizar crianças. 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
Fale com o autor: [email protected]
Conheça nossa redação. Ver equipe.

Escolha do editor

Comentários

O que você achou?
Compartilhe com seus amigos: