No 'Conversa com Bial', Moby revela frustração em trabalhar com 'cantores perfeitos'

O DJ e músico americano revelou angústias do passado e a superação pessoal que o levou a uma carreira menos frenética atualmente
O DJ e músico americano revelou angústias do passado e a superação pessoal que o levou a uma carreira menos frenética atualmente
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Em pleno 2021, compor uma canção é apenas uma etapa dos créditos para os padrões da indústria musical em que vastas equipes de produtores, escritores, arranjadores e vários outros profissionais fazem todo o trabalho para criar a cama ideal aos seus intérpretes que, basicamente, só cantam. Ao participar do "Conversa com Bial", Moby, aos 55 anos, revelou que se sentiu frustrado ao tentar trabalhar com "cantores perfeitos" ao longo de sua carreira, sobretudo quando chegou ao auge da fama e, consequentemente, da depressão. 

Bastante conhecido pelos singles de 1999, "Porcelain", "Natural Blues" e "Why Does My Heart Feel So Bad?", Moby divide-se entre o título de DJ e compositor, e agora quer mostrar para o mundo que também pode se desligar dos samples que caracterizavam sua sonoridade no período em que viveu seu maior sucesso comercial. Em 2021, ele lançou o álbum "Reprise", que conta com releituras de seus grandes clássicos e arranjos da Orquestra de Arte de Budapeste. 

No bate-papo com Bial, Moby falou sobre a busca incansável das pessoas pela perfeição. "Todos estão tentando parecer super-heróis. Nas redes sociais todos tentam parecer perfeitos", diz o músico, que também apostou recentemente em vídeos longos para relaxamento e meditação no YouTube, tocando piano, sintetizadores e outros instrumentos em sua casa.

Com 30 anos de carreira, Moby considera mais importante produzir um trabalho ao lado de um artista cujas forças e vulnerabilidades se tornam mais evidentes, ao contrário dos nomes que estão no topo da indústria, que parecem simplesmente invencíveis. "Tentei trabalhar com cantores 'perfeitos' e achei um pouco sem graça", revelou. 

Ao ser questionado sobre a fama e a depressão, o artista disse que passou pelos momentos de empolgação com a chegada da fama, mas que isso é passageiro: "Eu era alcoólatra, viciado, estava no fundo do poço e tive a sorte de superar isso."

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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