Voto de Cármen Lúcia no STF é aguardado com expectativa e pode definir julgamento histórico

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (11) o julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado e outros crimes. O foco da sessão de hoje está no voto da ministra Cármen Lúcia, que pode ser determinante para o desfecho do caso.

Até o momento, o placar está dividido: Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os acusados, enquanto Luiz Fux divergiu, absolvendo parte dos réus, incluindo Bolsonaro. Com isso, o voto de Cármen Lúcia ganha peso extra, já que pode consolidar uma maioria pela condenação ou manter o suspense até o último voto, do ministro Cristiano Zanin.

A expectativa é grande porque Cármen Lúcia, conhecida por sua postura firme em defesa da democracia e do Estado de Direito, costuma apresentar votos detalhados e embasados. Nos bastidores, há quem aposte que a ministra deve acompanhar o entendimento de Moraes e Dino, reforçando o entendimento de que houve tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No entanto, ela também é reconhecida por analisar caso a caso, o que mantém o clima de incerteza até a leitura do voto.

A sessão está marcada para as 14h e deve atrair a atenção de todo o país, já que o julgamento é considerado um dos mais relevantes da história recente do STF. Caso Cármen Lúcia vote pela condenação, a tendência é que se forme maioria, tornando improvável uma reviravolta no último voto. Por outro lado, se optar pela absolvição de parte dos réus, o cenário pode se complicar e abrir espaço para recursos e debates prolongados.

Além do impacto jurídico, o voto de Cármen Lúcia também tem peso político, já que sinaliza o posicionamento do STF diante de ataques à democracia. A expectativa é de que a ministra mantenha seu histórico de defesa das instituições, mas só a leitura do voto, prevista para hoje à tarde, trará a resposta definitiva.