Lewandowski reforça cautela ao tratar facções como terrorismo e defende integração no combate ao crime
Ministro da Justiça destaca riscos de equiparar facções criminosas a grupos terroristas e aposta em cooperação entre estados e União
REUTERS/Jorge Silva
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, voltou a se posicionar nesta quarta-feira (12) sobre a polêmica proposta de equiparar facções criminosas a organizações terroristas no Brasil. Em entrevista coletiva realizada em Brasília, Lewandowski alertou para os riscos jurídicos e diplomáticos dessa equiparação, defendendo que o enfrentamento ao crime organizado deve ser feito com base na legislação vigente e por meio de uma forte articulação entre estados e governo federal.
Segundo o ministro, classificar facções como terroristas pode trazer consequências indesejadas para o país, como a possibilidade de intervenção internacional e impactos negativos na imagem do Brasil no cenário global. “É preciso agir com responsabilidade. O crime organizado é um desafio real, mas não podemos confundir conceitos jurídicos distintos, sob pena de abrir brechas para questionamentos externos e prejudicar nossa soberania”, afirmou Lewandowski.
O debate ganhou força após a apresentação de projetos de lei no Congresso que buscam endurecer o combate às facções, especialmente diante do aumento de ações violentas atribuídas a esses grupos em diferentes regiões do país. Lewandowski, no entanto, destacou que o caminho mais eficaz passa pela integração das forças de segurança e pelo investimento em inteligência policial. “A cooperação entre União, estados e municípios é fundamental para enfraquecer as redes criminosas. Não se trata apenas de repressão, mas de um trabalho coordenado e contínuo”, ressaltou.
O ministro também mencionou a importância de respeitar as competências constitucionais da Polícia Federal e de evitar mudanças apressadas na legislação. “Temos mecanismos legais robustos para combater o crime organizado. O desafio é aprimorar a atuação conjunta e garantir que as instituições estejam preparadas para responder com eficiência”, completou.
Lewandowski reiterou que o governo federal está aberto ao diálogo com o Congresso e os governos estaduais para buscar soluções equilibradas, sem abrir mão do respeito aos direitos fundamentais e à soberania nacional. A discussão sobre o tema deve seguir nos próximos meses, com expectativa de novas audiências públicas e debates técnicos.
Ricardo PujolIniciou sua carreira na área de publicidade e propaganda, atuando neste mercado desde 2010. Formado em Administração e aqui escreve sobre esportes, entretenimento e mais.










