EUA prende pesquisadora chinesa acusada de esconder laços com o exército
Autoridades dos EUA prenderam Tang Juan, uma pesquisadora chinesa acusada de esconder supostos laços com o exército de seu país. Ela e mais três pesquisadores são acusados de fraude de visto para entrada nos EUA, através de um esquema que consistia em mentir sobre a condição de membros do Exército de Libertação Popular da China.
Juan foi presa na noite da última quinta-feira (23), segundo um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA, que não divulgou detalhes sobre a prisão. A situação da acusada, segundo o porta-voz, não permite que ela seja qualificada para a "imunidade diplomática". Em um processo judicial aberto em 20 de julho, os promotores apresentaram uma avaliação do FBI referente ao caso de Tang, que teria se refugiado no consulado chinês em São Francisco.
De acordo com documentos judiciais revelados no início desta semana no distrito leste da Califórnia, Tang, que é pesquisadora da Universidade da Califórnia em Davis, solicitou um visto J-1 (não imigrante) em outubro de 2019. O visto foi emitido em novembro de 2019 e Tang entrou Estados Unidos um mês depois.
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A prisão de Tang segue a lógica da ordem do presidente Donald Trump para fechar o consulado chinês em Houston, sob a hipótese de que o local estaria sendo utilizado para uma campanha massiva de espionagem e roubo de propriedade intelectual americana. A China chamou o fechamento do consulado de "provocação política" e disse que as acusações de espionagem são difamatórias, retaliando com o fechamento automático do consulado dos EUA em Chengdu.
As relações entre EUA e China estão em um dos seus pontos mais baixos em décadas, após uma série de ações tomadas pelo governo Trump que, segundo o governo, pretende responsabilizar a China por comportamentos antagônicos no cenário político mundial.