Clubes de futebol pressionam Congresso em defesa da 'Lei do Mandante'
Poderosos clubes de futebol se unem para pressionar o Congresso em relação à Medida Provisória nº 984, conhecida como "Lei do Mandante" ou "MP do Flamengo". Desde a última terça-feira (18), bolsonaristas se juntam ativamente à campanha nas redes sociais e levam o assunto para o topo dos destaques no Twitter, reunindo uma série de gritos por "democracia" esportiva e argumentos distorcidos sobre a MP que altera o artigo 42 da Lei Pelé (Lei Federal nº 9.615/98).
A "Lei do Mandante" atribui ao clube mandante “o direito de arena sobre o espetáculo desportivo, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, do espetáculo desportivo”. Anteriormente, o direito pertencia a ambos os clubes de cada confronto.
Grande porção de internautas que defendem a aprovação da MP assumem o compromisso de defende-la com base na realidade de países europeus, que há muito tempo determinam negociações coletivas. A liga inglesa, por exemplo, distribui 50% do resultado da comercialização em cotas iguais, enquanto o restante é rateado de acordo com a colocação do time no campeonato, quantidade de assinantes nos programas de sócio-torcedor, público nos estádios, entre vários outros fatores.
Os clubes estão unidos, Nação! Vamos subir a tag #PelaLeiDoMandante pra mostrar ao @SenadoFederal e @camaradeputados que somos a favor da democratização do futebol!#CRF
— Flamengo (@Flamengo) August 19, 2020
Editada pelo presidente Jair Bolsonaro, a MP surge após o fracasso das negociações entre Flamengo e Globo. A emissora comprou os direitos de todos os competidores, menos do time rubro-negro. O principal argumento dos defensores da mudança gira em torno de um possível equilíbrio da distribuição dos recursos de transmissão após a derrubada da anuência do visitante.