Abin fez relatórios privados para auxiliar defesa de Flávio Bolsonaro no caso das 'rachadinhas'

Os documentos buscavam ajudar os advogados de Flávio a comprovarem a teoria de que o inquérito foi gerado a partir de ações ilegais dentro da Receita Federal
Os documentos buscavam ajudar os advogados de Flávio a comprovarem a teoria de que o inquérito foi gerado a partir de ações ilegais dentro da Receita Federal
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão oficial de inteligência civil do Brasil, teria produzido pelo menos dois relatórios para orientar os advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na defesa do caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). As informações são da revista Época, que ainda cita que as ordens partiram do presidente Jair Bolsonaro

Segundo a reportagem, o intuito dos relatórios era fornecer instruções detalhadas para que a defesa conseguisse anular o caso Queiroz a partir de uma organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB). De acordo com as suspeitas levantadas pelos advogados de Flávio, a quadrilha teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para que houvesse o inquérito em que o filho do presidente foi denunciado por lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. 

Nos documentos produzidos pela Abin, é inserida a justificativa para a existência do serviço: "Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB". O relatório foi gerado para ajudar os advogados a comprovarem a teoria de que o inquérito foi gerado a partir de ações ilegais dentro da Receita. 

Ainda segundo a reportagem da Época, os advogados de Flávio teriam recebido o relatório da Abin em setembro deste ano, contrariando o general Augusto Heleno, chefe de Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que afirmou que a Abin não exerceu nenhuma função relacionada à defesa do filho do presidente. 

Flávio e seus advogados receberam os relatórios em Setembro deste ano e contradizem a afirmação do chefe de Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de que não houve atuação da inteligência do governo depois que a denúncia foi levada ao presidente. 

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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