Prefeito Marcelo Crivella é preso por suposto 'QG da Propina' na Prefeitura do Rio

Uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro resultou na prisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), na manhã desta terça-feira (22), em investigação que aponta a suposta existência de um "QG da Propina" dentro da prefeitura do estado.
De acordo com as apurações do MP, o esquema consistia em grupos de empresários que pagavam para obter acesso a contratos e receber valores que eram devidos pela gestão municipal. A prisão foi autorizada pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que afirmou que Crivella comanda uma organização criminosa, determinando o afastamento do prefeito, com mandato programado para encerrar a partir do dia 1º de janeiro, quando Eduardo Paes tomará posse.
Além de Crivella, também foram presos o empresário Rafael Alves, apontado como operador do esquema, o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, e os empresários Adenor Gonçalves e Cristiano Stockler Campos. Todos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa.
Uma audiência de custódia será realizada nesta terça-feira, às 15h, para que a legalidade do procedimento seja avaliada. Moraes não foi levado para a Delegacia Fazendária como os outros presos, pois está com sintomas de Covid-19. Por isso, ele foi mantido na Polinter.
Crivella foi preso em casa, na Barra da Tijuca e foi diretamente encaminhado para a Cidade da Polícia, onde chegou a falar com repórteres, exigindo que a "justiça" fosse feita e alegando que foi o prefeito que mais combateu a corrupção. "Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro", disse o prefeito.
A ação conjunta é um desdobramento da Operação Hades, responsável por investigar o suposto QG da Propina na Prefeitura do Rio. A Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil e o Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim), do MPRJ, cumprem os mandados.