Lula e FHC rebatem Bolsonaro sobre torturas sofridas por Dilma na ditadura
O presidente Jair Bolsonaro questionou as afirmações de que Dilma Rousseff foi torturada durante a ditadura militar, afirmando a apoiadores que estaria aguardando até hoje o raio-x que comprove as lesões provocadas na ex-presidenta. A afirmação foi ecoada em diversos canais, até que os Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula se manifestassem, declarando solidariedade a Dilma e criticando fortemente a conduta de Bolsonaro.
Os detalhes sobre as torturas foram revelados por Dilma em 2001, durante depoimento ao Conselho Estadual de Direitos Humanos do governo de Minas Gerais. Entre os artifícios utilizados pelos torturadas, os que se destacaram entre a listagem da militante foram os choques elétricos e o chamado pau de arara.
Os comentários de Bolsonaro foram feitos durante uma conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, na última segunda-feira (28). Um dos apoiadores disse que viveu durante a ditadura e não viu ninguém ser torturado, abrindo espaço para a frase de Bolsonaro sobre Dilma.
"Bolsonaro não insulta apenas a mim, mas a milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos. Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro", afirmou Dilma Rousseff em nota publicada após o ocorrido.
FHC se solidarizou com Dilma em publicação nas redes sociais: "Brincar com a tortura dela [Dilma] — ou de qualquer pessoa — é inaceitável. Concorde-de ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites", disse Fernando Henrique, seguido por Lula:
"O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca. Minha solidariedade a presidenta @dilmabr, mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá", disse o ex-presidente, também nas redes sociais.