Câmara rejeita e arquiva PEC do voto impresso de Bolsonaro

Apesar da derrota do presidente, a PEC ainda contou com o apoio de 229 deputados
Apesar da derrota do presidente, a PEC ainda contou com o apoio de 229 deputados
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Com mais de 30 camadas de segurança, auditorias garantidas e reconhecimento mundial, a urna eletrônica se tornou mais um dos inimigos do presidente Jair Bolsonaro em sua campanha para atrasar o desenvolvimento de políticas urgentes no país. Determinado a afundar-se em mentiras e perdas de tempo, Bolsonaro se juntou à sua fiel equipe para apresentar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o voto impresso nas eleições nacionais e foi, obviamente, derrotado.

A Câmara dos Deputados rejeitou e arquivou a PEC que propunha o voto impresso em eleições, plebiscitos e referendos, representando mais um resultado negativo para as pretensões de Bolsonaro, que sequer conseguiu apresentar provas contra a integridade do sistema atual para computação de votos, resumindo-se a afirmar que as urnas eletrônicas que o elegeram são facilmente fraudadas. 

No entanto, houve uma quantidade absurdamente alta de deputados que votaram a favor da PEC. O texto elaborado pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) contou com o apoio de 229 deputados (precisava de pelo menos 308 votos para ser aprovada), enquanto 218 deputados votaram contra. 

"Eu queria, mais uma vez, agradecer ao plenário desta Casa pelo comportamento democrático de um problema que é tratado por muitos com muita particularidade e com muita segurança. A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a esse assunto e, na Câmara, eu espero que esse assunto esteja definitivamente enterrado", disse o presidente da Câmara, Arthur Lira. 

O principal desejo de Bolsonaro com a PEC rejeitada na última terça-feira (10) era garantir a expedição de cédulas físicas pela urna eletrônica, alegando que o processo atualmente em vigor, sem impressões, possibilita fraudes.

Neste caso, o presidente não apresentou provas e ainda rejeita anos de estudos e ações para garantir a mais alta eficiência das urnas, que passam por processos de verificações de erros por especialistas, incluindo hackers, que tentam quebrar os códigos para apresentar possíveis soluções de melhorias. 

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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