Chile aprova nova Constituição em Plebiscito com 78% dos votos

Plebiscito histórico marca a substituição da Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet
Plebiscito histórico marca a substituição da Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Com a esmagadora maioria de 78,27% dos votos, o Chile aprovou a substituição da atual Constituição, elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A aprovação obteve 5.885.721 votos contra 1.633.932 votos (21,73%) da Rejeição.

A formação do novo pleito acontecerá em abril de 2021, com paridade de gênero (50% mulheres e 50% homens) para a a Assembleia Constituinte. Outra grande mudança decidida na votação de ontem foi a implementação de uma Constituinte inteiramente formada por novos membros eleitos, e não mista. Isso quer dizer que os parlamentares atualmente em exercício não farão parte da Constituição. Além disso, haverá uma cota de assentos destinados aos povos indígenas.

As 155 pessoas que farão parte da convenção cidadã que redigirá a nova Constituição serão eleitas por voto popular no dia 11 de abril do próximo ano e a partir daí terão uma margem de nove meses, prorrogável apenas uma vez por mais três meses, para a elaboração da nova Carta Magna. O texto resultante será submetido a novo referendo em 2022, com votação popular obrigatória.

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“Hoje os chilenos expressaram livremente sua vontade nas urnas, escolhendo a opção de uma convenção constituinte, pela primeira vez com plena igualdade entre homens e mulheres, para chegar a acordo sobre uma nova Constituição para o Chile”, disse o presidente do país, Sebastián Piñera, numa intervenção pública da sede do Governo, dando vitória à opção de mudar a Carta Magna quando apenas 20% dos votos haviam sido apurados.

Mais de 14,7 milhões de chilenos foram às urnas em uma votação realizada em meio à pandemia de Covid-19 e repleta de restrições sanitárias e protocolos para prevenir possíveis surtos. O último dado de participação oferecido pelo Serviço Eleitoral do Chile (Servel) é de 41,06% da população, uma vez que a votação deixou de ser obrigatória em 2012, pois nunca ultrapassou 50% do censo eleitoral.

Tanto os porta-vozes do Governo de Sebastián Piñera, como o diretor do Serviço Eleitoral, Patricio Santamaría, destacaram o grande interesse dos cidadãos em votar no plebiscito que decidiu pela substituição ou não da Constituição elaborada pelo regime militar do General Augusto Pinochet .

Santamaría estava extraordinariamente otimista. “Será o maior processo de participação desde 2012, quando o voto voluntário foi estabelecido”, disse ele em uma entrevista de rádio. “Nos dá a impressão de que vamos superar a maior votação dos últimos oito anos, que foi a que elegeu o presidente Piñera com 49,2% dos votos”.

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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