Secretário nacional da Cultura faz discurso parafraseando ministro da Propaganda de Hitler
O Secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim, fez um discurso divulgado na quinta-feira (16) falando sobre prêmio de patrocínio a obras artísticas. Na ocasião, foi notado que o secretário usou frases semelhantes as do Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista do ditador Adolph Hilter, Joseph Goebbels.
O vídeo foi publicado no Twitter da Secretaria Especial de Cultura, na ocasião, a fala do secretário trata sobre o Prêmio Nacional das Artes, e acabou repercutiu negativamente na rede. Veja o vídeo:
#PrêmioNacionaldasArtes | Marco histórico nas artes e na cultura brasileira! Com investimento de mais de R$ 20 milhões, o Prêmio Nacional das Artes vai apoiar projetos de sete categorias em todas as regiões do Brasil. Dê o play e confira! pic.twitter.com/dbbW4xuKpM
— Secretaria Especial da Cultura (@CulturaGovBr) January 16, 2020
Roberto Alvim publicou um post no Facebook nesta manhã (17) dizendo que a semelhança entre as frases foi “"apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica". O discurso de Goebbels utilizado por Alvim consta no livro “Joseph Goebbels: Uma biografia”, do historiador alemão Peter Longerich.
Compare os discursos:
Roberto Alvim
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.”
Joseph Goebbels
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."
Muitos políticos influenciadores e organizações judaicas estão repudiando o caso, e cobrando do presidente Jair Bolsonaro uma reposta imediata e dura, com a demissão de Alvim. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, solicitou já nesta sexta-feira a demissão do secretário Roberto Alvim, endossada por outros políticos da casa.
Este episódio piora ainda mais a situação do governo, que já sofreu duras críticas sobre as declarações de Eduardo Bolsonaro e Paulo Guedes sobre “um novo AI-5” e também as denúncias de supostos casos de corrupção e rachadinha de Flávio Bolsonaro. O presidente Bolsonaro tem seguido uma linha de resposta de perseguição política ou “estardalhaço” por parte da mídia brasileira em relação as declarações de seus aliados, dificilmente afastando ou demitindo. Resta agora aguardar o posicionamento do presidente sobre o grave caso.