Setor de serviços tem queda recorde de 11,7% no mês de abril


Em meio à pandemia do novo coronavírus, o setor de serviços vem acumulando quedas desde fevereiro, chegando ao número alarmante de 11,7% no mês de abril, com a quarentena estimulada em vários estados no país.
"Esse é o terceiro recuo consecutivo e o mais intenso da série histórica, iniciada em janeiro de 2011", destacou o IBGE. Na comparação com o mesmo período no ano passado, a queda foi ainda maior, no alcançando 17,2% de retração. Os números de abril estão piores do que a expectativa do mercado, recentemente uma pesquisa da Reuters apontava contração de 10,5% no mês e de 15,8% no ano.
Esta análise do IBGE foi a primeira traçada sobre um mês inteiro de isolamento social, já que em março muito estados aderiram apenas na segunda quinzena do mês. O estudo analisa o impacto direto que o setor tem sobre composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que passou a acumular a perda de 18,7% em 3 meses.
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, aponta que: “O acumulado em 12 meses é um indicador mais demorado, de trajetória de longo prazo. Até mesmo por isso, perder 1,3 ponto percentual de um mês para o outro é muito expressivo”, e continua, “A recuperação, quando ocorrer, vai ser de forma bastante devagar e paulatina, não rápida como vimos com a greve dos caminhoneiros, que foi imediata”.
A queda foi significativa em todos os 5 grandes ramos do setor, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-17,8%) e serviços prestados às famílias (-44,1%). Os outros resultados negativos foram: serviços profissionais, administrativos e complementares (-8,6%), de informação e comunicação (-3,6%) e de outros serviços (-7,4%).
