Com possibilidade de deportação, Weintraub agradece "a dezenas de pessoas" que o ajudaram a deixar o Brasil
O ex-ministro publicou em suas redes sociais que já estava nos EUA
Conforme anunciado na última sexta-feira (19), o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub partiu o quanto antes rumo aos Estados Unidos com a justificativa de que estava sofrendo ameaças de morte no Brasil e precisava sair para ficar em segurança com sua família e se preparar para o novo cargo no Banco Mundial.
Em postagens no Twitter ainda na sexta-feira, Weitraub disse que estaria saindo do Brasil "o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!". A chegada do ex-ministro aos EUA foi anunciada por seu irmão, Arthur Weintraub. No novo post de hoje (22), o ex-ministro agradeceu a todos que o auxiliaram para chegar ao país, publicando também uma foto sua em um restaurante e do que estava comendo após a viagem.
Agradeço a todos que me ajudaram a chegar em segurança aos EUA, seja aos que agiram diretamente (foram dezenas de pessoas) ou aos que oram por mim.Aproveito para dizer que estou bem. Quanto à culinária internacional, ontem fiquei tentado a comer uns tacos, acabou sendo KFC. pic.twitter.com/7Ea3sCVKQW
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) June 22, 2020
Entretanto, a saída de Weintraub do país está causando novos problemas sérios de migração. Isso porque está proibida a entrada de brasileiros no país devido à pandemia do novo coronavírus, mas, em tese, como Weintraub realizou a viagem antes de sua exoneração, poderia entrar no país com passaporte diplomático.
Segundo analistas de migração, caso Abraham tenha usado a prerrogativa de ser um funcionário de governo como premissa para conseguir a permissão, uma norma pode fazer com que o ex-ministro seja deportado. A norma cita que “contornarem a aplicação dessa proclamação através de fraude, deturpação intencional de um fato material ou entrada ilegal serão prioridades na remoção pelo Departamento de Segurança Interna”. O MEC não informou qual passaporte foi usado pelo ex-ministro, que teve sua exoneração do cargo informada somente do Diário Oficial após a sua chegada aos EUA.
Outra prerrogativa que o ex-ministro pode ter usado é a de que irá exercer um novo cargo no país. Entretanto, o cargo de ministro-executivo ainda não está disponível e nome de Weintraub ainda deve ser votado pelo grupo do Banco Mundial que o Brasil faz parte. Sendo assim, seu posto na organização ainda não está oficializado e, sem função aparente para sua ida neste momento, poderá ser deportado.
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1










