Novo álbum do The Killers, 'Pressure Machine', é reflexivo e surpreendente

As faixas orgânicas e sinceras de 'Pressure Machine' abrem com falas de pessoas e anedotas que pairam sobre a cidade de Nephi, em Utah, nos EUA
As faixas orgânicas e sinceras de 'Pressure Machine' abrem com falas de pessoas e anedotas que pairam sobre a cidade de Nephi, em Utah, nos EUA
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Guitarras distorcidas sempre são muito bem-vindas aos amantes de música, e após a chegada empolgante do novo álbum do Kings of Leon, em março, chegou a hora de acompanhar o lançamento do novo álbum do The Killers, "Pressure Machine", que surpreende pelo lado reflexivo nas letras de suas 11 canções e empolga os fãs de Rock com uma sonoridade orgânica que, infelizmente, ainda está difícil de encontrar nos novos grandes sucessos globais. 

Ligar um pedal de Fuzz é praticamente abominável para os padrões "clean" das músicas que sobem ao topo das paradas de sucesso, mas para uma banda que se acostumou com a formação de poucos integrantes, não há absolutamente nada de errado em jogar o ganho no máximo em um solo que precisa de total destaque dentro do arranjo.

É exatamente o que acontece na quarta música do álbum, "Cody", que chega ao seu ápice com um solo desajeitado encaixando perfeitamente no clima da música, que nem de longe pode ser considerada "pesada", apesar de saturar os timbres de cada peça na banda, incluindo a bateria, que chega a se embolar propositalmente na mixagem, criando o tipo de som que poucos têm coragem de apostar atualmente. 

A canção-título do álbum surge como penúltimo ato na coletânea. Mais contida, a música é capaz de emocionar até a pessoa menos propensa a cair no choro. "Não há nada de errado com a classe trabalhadora", canta Brandon Flowers no auge de seus 40 anos. "Não me lembro da última vez que você perguntou como eu estava / Você não sente o tempo passando? / Não é nada engraçado / Isso vai quebrar seu coração um dia", clama outro trecho do single. 

Com uma nítida valorização ao storytelling, o The Killers conseguiu apresentar um álbum surpreendente, mesmo com as limitações técnicas de seus integrantes, que procuram obter músicas sinceras e sem pretensões gigantescas que possibilitem clipes com coreografias exorbitantes. Cada faixa é aberta com falas de pessoas e anedotas que pairam sobre a cidade de Nephi, em Utah, nos Estados Unidos, unindo discussões sobre fé, política e as lendas locais. 

Sem dúvida, ouvir o álbum "Pressure Machine" é recompensador. Ouça a seguir e tire suas próprias conclusões:

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
Fale com o autor: [email protected]
Conheça nossa redação. Ver equipe.

Escolha do editor

Comentários

O que você achou?
Compartilhe com seus amigos: