Autora de Handmaid's Tale é acusada de transfobia
A autora de "The Handmaid's Tale", Margaret Atwood, está sendo acusada de transfobia após compartilhar um artigo cuja manchete questiona "por que não podemos mais dizer 'mulher'?".
O artigo de Rosie DiManno para o Toronto Star afirma que a palavra "mulher" corre o risco de se tornar um palavrão e ser riscado do vocabulário oficial, justificando suas falas com uma nítida descredibilização de pessoas transexuais a partir do momento em que diz que a tentativa de inclusão - isto é, dizer "pessoa que menstrua" em vez de "mulher que menstrua", para homenagear homens transexuais e pessoas não binárias - na verdade apaga as mulheres da conversa.
O endosso de Atwood às falas de DiManno gerou um estardalhaço imediato na comunicado trans, em um momento delicado em que muitos ainda se recuperam das consequências do especial de comédia de Dave Chappelle para a Netflix que gerou milhares de acusações de transfobia pelo mundo e pedidos de demissão na empresa.
"O tweet recente de Atwood é decepcionante, mas não surpreendente", disse Lydia XZ Brown, uma defensora da justiça para deficientes. "Antagonismo trans casual - opressão anti-trans - é generalizado na sociedade, assim como são o racismo e o capricho casual. Infelizmente, muitas pessoas que vêm de perspectivas privilegiadas acreditam erroneamente que qualquer aumento percebido na visibilidade ou atenção das comunidades marginalizadas é um ataque a elas, que é o sentimento ecoado no artigo que Atwood compartilhou", completou Brown.
Erin Reed, ativista de Washington, nos EUA confessa que era fã de Atwood mas afirmou nas redes sociais que está completamente decepcionada com a escritora. “Vê-la compartilhar este artigo em particular, que muitas pessoas na comunidade trans vêem como um apito de cachorro, definitivamente me fez pensar”, diz Reed. "Não parecia que ela seria o tipo de pessoa que compartilharia algo assim", concluiu.