Presidente da Áustria desiste de participar da COP 30 devido a custos elevados da viagem
Alexander Van der Bellen cita orçamento apertado e logística cara para justificar ausência na conferência do clima em Belém


O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciou nesta quarta-feira (6) que não irá comparecer à COP 30, marcada para novembro em Belém, no Pará. O motivo alegado pelo líder austríaco é o alto custo da viagem e da estadia para a delegação presidencial, que não se encaixam no orçamento atual do governo.
Em comunicado oficial, Van der Bellen destacou a importância da conferência para o debate global sobre mudanças climáticas, mas afirmou que a logística envolvida para levar a equipe presidencial até a capital paraense tornou a participação inviável. "A responsabilidade fiscal exige que priorizemos recursos, especialmente diante de custos de viagem e acomodação muito acima do previsto", declarou o presidente.
Com a decisão, a Áustria será representada na COP 30 pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig, que liderará a delegação austríaca nas negociações climáticas. O gabinete presidencial reforçou que a ausência de Van der Bellen não diminui o compromisso do país com as metas ambientais e a cooperação internacional.
A escolha de Belém como sede da COP 30 trouxe desafios logísticos para dezenas de países. O aumento expressivo nos preços de hospedagem e passagens aéreas tem sido alvo de críticas de diversas delegações, especialmente de nações com orçamentos mais restritos. Segundo relatos, alguns hotéis chegaram a cobrar valores considerados exorbitantes para o período do evento, dificultando a presença de representantes estrangeiros.
O governo brasileiro afirmou que está trabalhando para ampliar a oferta de acomodações e garantir a participação de todos os países, inclusive os menos desenvolvidos. Entre as medidas anunciadas estão o uso de navios de cruzeiro como hotéis flutuantes e a adaptação de escolas e prédios públicos para receber delegações.
A ausência do presidente austríaco reforça o debate sobre a necessidade de tornar grandes conferências internacionais mais acessíveis, evitando que questões financeiras limitem a representatividade e a diversidade nos fóruns globais de discussão climática.
