PF apreende Ferrari, réplica de F1 e armas em operação contra fraudes bilionárias no INSS

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (12) uma operação de grande porte para desarticular um esquema de fraudes no INSS que movimentou milhões de reais. Entre os alvos, estão empresários e intermediários acusados de desviar recursos destinados a aposentados e pensionistas. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou em apreensões inusitadas: uma Ferrari avaliada em mais de R$ 4 milhões, uma réplica de carro de Fórmula 1 e diversas armas de fogo.

Segundo a PF, o grupo investigado utilizava empresas de fachada e associações para captar valores indevidos do INSS. O dinheiro, segundo as investigações, era lavado por meio de aquisições de bens de alto valor, como veículos de luxo, obras de arte e imóveis. Durante o cumprimento dos mandados de busca, agentes encontraram ainda relógios importados, quadros e documentos que podem comprovar o envolvimento dos suspeitos no esquema.

Um dos principais investigados, conhecido no meio como "Careca do INSS", foi preso preventivamente. Ele é apontado como o elo entre sindicatos e servidores públicos que facilitavam o acesso a dados de beneficiários. A PF estima que, apenas nos últimos três anos, o grupo tenha movimentado mais de R$ 50 milhões em transações suspeitas.

A operação também teve como alvo escritórios de advocacia e empresas de consultoria supostamente usados para ocultar a origem ilícita dos recursos. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas que levantaram suspeitas e deram início à investigação.

Além das prisões e apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e bens dos envolvidos. A PF segue analisando o material recolhido para identificar outros possíveis participantes e dimensionar o prejuízo causado ao INSS. O caso reforça a preocupação com fraudes no sistema previdenciário e o uso de mecanismos sofisticados para ocultação de patrimônio.