Bombril retira esponja "Krespinha" do site após acusações de racismo
Nem mesmo os intensos protestos globais contra o racismo parecem surtir efeito nas mentes mais ultrapassadas. Nesta quarta-feira (17), milhares de brasileiros demonstraram revolta com o lançamento da esponja "Krespinha", da marca de produtos de limpeza Bombril. O produto, que segundo a empresa é "ideal para limpezas pesadas", utiliza um termo pejorativo para associar a esponja de aço ao cabelo comum dos negros, em um resgate pífio a um produto homônimo lançado pela S.A. Barros Loureiro Indústria e Comércio em 1952.
Internautas, então, começaram a cobrar um posicionamento da empresa ao mesmo tempo em que denunciavam o produto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). O pronunciamento, até o fechamento desta matéria, não veio, mas o produto foi retirado do site oficial da Bombril após a grande quantidade de reclamações registrada principalmente no Twitter, que apresenta o tópico entre os principais assuntos do momento.
Fui procurar a marca no site e nas redes sociais da Bombril e parece que retiraram. Mas há postagem no Facebook da empresa relançando a marca racista em 2013. pic.twitter.com/gi0lMwBxWE
— Jeniffer Mendonça (@mendoncjeniffer) June 17, 2020
A Bombril reformulou uma campanha que foi veiculada em 1952 (primeira foto) e agora em 2020 refez a mesma campanha (segunda foto). Entre no site do CONAR e faça a reclamação sobre esse anúncio para que seja retirada de circulação #BombrilRacista pic.twitter.com/mqSkYXALVR
— Cible (@cih_mota) June 17, 2020
“A Esponja Inox Krespinha é perfeita para a limpeza pesada. Remove sujeiras e gorduras de um jeito rápido e eficaz, sem esforço. Resistente e não enferruja”, dizia a descrição oficial do produto, que chega em um momento de ampla revolta social e emplaca um dos maiores erros da companhia nos últimos tempos. Entre as teorias dos internautas, há uma que aponta um suposto ato proposital da Bombril em lançar a "Krespinha", mantendo o uso do "K" para mante ruma relação direta com a Ku Klux Klan, que infelizmente ainda reúne vários adeptos. A empresa não se pronunciou sobre as acusações.