Bolsonaro ameaça força total para editar decreto contra as restrições na pandemia

O presidente da república afirmou que não será contestado pelo poder Legislativo
O presidente da república afirmou que não será contestado pelo poder Legislativo
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (5) que poderá editar um decreto para estabelecer o "direito de ir e vir", entrando mais uma vez em guerra contra as medidas de restrição implementadas nos estados brasileiros durante a pandemia de Covid-19 e garantindo, desta vez, que "não será contestado por nenhum tribunal". 

"Peço a Deus que não tenha que baixar esse decreto. Mas, se baixar, ele será cumprido", disparou o presidente, que ainda mandou um recado ameaçador: "Não ouse contestar, quem quer que seja. Sei que o Legislativo não contestará."

Bolsonaro afirmou que pretende reivindicar a liberdade para a realização de cultos, a liberdade para trabalhar e o direito de ir e vir da população, e repetiu inúmeras vezes que está amparado por militares e pelos apoiadores espalhados pelo país, relembrando as manifestações pró-Bolsonaro realizados no dia 1º de maio e várias outras que aconteceram durante a pandemia. 

"Os militares quando sentam praça juram dar a vida pela pátria. Os que estiveram às ruas neste último 1º de Maio, bem como muitos outros milhões que não puderam ir às ruas, tenho certeza, darão sua vida por liberdade", disse o presidente em discurso recheado de indiretas para o Supremo Tribunal Federal. 

CPI da Covid

Nesta quarta-feira, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, depôs na CPI da Covid, falando sobre o período em que assumiu a pasta, de 17 de abril a 15 de maio do ano passado. Um dos destaques de seu pronunciamento ficou por conta dos motivos principais que o levaram a optar pela saída do cargo. 

“As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19 [...] Existia um entendimento diferente por parte do presidente, que era amparado por outros profissionais. E isso foi o que motivou a minha saída. Sem a liberdade para conduzir o ministério, optei por deixar o cargo", disse Teich. 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
Fale com o autor: [email protected]
Conheça nossa redação. Ver equipe.

Escolha do editor

Comentários

O que você achou?
Compartilhe com seus amigos: